domingo, 17 de maio de 2009

História do Brasil - Resumo 05/2009

Descobrimento e Colonização
Descobrimentos Portugueses (1487 - 1497)
Nos séculos XV e XVI, Portugal era um reino ibérico com um milhão de habitantes, voltado para o Oceano Atlântico e limitando-se com a Casa de Castela, que lhe era hostil. Depois de anos de luta contra a ocupação moura, os portugueses voltaram sua atenção e energia para o mar e o que houvesse além mar. Enquanto os espanhóis partiram em busca de uma rota para o Oriente, viajando para oeste, os portugueses optaram pela chamada "Rota do Sul" ao longo da costa africana. Alcançado o Cabo da Boa Esperança em 1487, os portugueses foram guiados pelo navegador Vasco da Gama, através do Oceano Índico, para descobrir a rota marítima para o longínquo Oriente em 1497. Tinham conhecimento da existência de terras do outro lado do Atlântico e haviam feito algumas expedições a oeste, antes da descoberta das Antilhas, por Colombo, em 1492. Guardaram este conhecimento em segredo, entretanto, de maneira a evitar que a ambição da Espanha, Inglaterra e França prejudicasse os seus planos. Para uma nação pequena, o segredo era o único método disponível para se resguardar da ambição de rivais marítimos mais poderosos .
O Tratado de Tordesilhas (1494) definiu a questão da posse das novas terras entre Espanha e Portugal. Tratou-se de um acordo no qual os territórios compreendidos a leste do meridiano de Greenwich, até 370 léguas a oeste das Ilhas de Cabo Verde, pertenceriam a Portugal, enquanto as terras a oeste ficariam com a Espanha. Essa linha imaginária, de pólo a pólo, atravessou a parte oriental da América do Sul e constituiu a primeira fronteira do Brasil, embora a descoberta formal, por Pedro Álvares Cabral, só tenha acontecido seis anos mais tarde, em 1500.
As Primeiras Colônias (1530 - 1549)
A viagem de Cabral foi seguida por outras expedições portuguesas. A principal riqueza explorável encontrada pelos primeiros colonizadores foi um tipo de madeira, que produzia uma tintura vermelha e roxa, o pau-brasil, da qual deriva o nome do país.
A ocupação organizada só teve início em 1530, quando Portugal enviou os primeiros colonizadores, trazendo animais domésticos, plantas e sementes para o estabelecimento de colônias definitivas. As colônias implantadas no Nordeste foram consolidadas. São Vicente, no litoral do atual Estado de São Paulo, foi fundada em 1532, e a cidade de Salvador, mais tarde escolhida como sede da Governadoria Geral da colônia, foi fundada em 1549. O território era escassamente habitado por tribos indígenas, algumas pacíficas e outras, especialmente no interior, hostis e ameaçadoras.
À medida que se expandia a colonização, um sistema administrativo tornou-se necessário. Como primeiro passo, a Coroa Portuguesa criou as Capitanias Hereditárias. Quatorze dessas Capitanias - algumas maiores que Portugal - foram instaladas em meados do século XVI, sendo os beneficiários, chamados donatários, responsáveis pela sua defesa e desenvolvimento. O sistema de Capitanias influenciou significativamente sobre a configuração territorial e política do Brasil moderno.
O Período Colonial
O litoral úmido e fértil do que é hoje o Estado de Pernambuco era adequado para plantação de cana-de-açúcar. Além disso, a sua localização era conveniente como porto para embarcações que viajavam de Portugal para o oeste africano e para o oriente. A cana-de-açúcar e a técnica para seu cultivo chegaram ao Brasil provenientes da Ilha da Madeira. Um comércio triangular próspero logo se desenvolveu, com base na importação de trabalho escravo do oeste da África, para as plantações canavieiras. O açúcar era exportado para o mercado europeu, cuja demanda crescente começava a superar os suprimentos das fontes tradicionais.
A União da Espanha e Portugal (1580 - 1640)
Eventos ocorridos na Europa prejudicaram o desenvolvimento verificado na colônia. Quando o Rei Sebastião de Portugal morreu em 1578, Felipe II da Espanha o sucedeu no trono em Lisboa. De 1580 a 1640, os dois reinos peninsulares foram unidos sob a Coroa Espanhola. Durante esse período, pela união dos dois países, a América do Sul se tornou parte do mundo hispânico. Paradoxalmente, a união de Portugal e Espanha, por sessenta anos, conferiria vantagens inesperadas para a colônia transatlântica portuguesa. Na ausência de fronteiras, tanto portugueses como brasileiros começaram a penetrar pelo vasto interior do País.
O ponto inicial desta exploração foi a capitania de São Vicente, e foi de sua base em São Paulo que os pioneiros avançaram a fronteira no sentido do litoral para o interior.
Expedições (conhecidas como Bandeiras) à procura de escravos índios, abriram caminho por entre as florestas, subiram com dificuldade pelas serras e avançaram em direção ao interior. Os expedicionários (Bandeirantes) são conhecidos por terem trazido de volta com eles os índios capturados de missões jesuítas e dispersos pelo interior do País. Os Bandeirantes foram os responsáveis pela expansão dos limites do futuro Brasil independente.
Expansão Territorial (1600)
Em 1640, quando os portugueses, sob o domínio de D. João IV, recuperaram sua independência, recusaram-se a abandonar as terras ocupadas e colonizadas a oeste da linha original de Tordesilhas. Apoiando-se no que tinha sido desde então reconhecido pelas leis internacionais como o uti possidetis - o direito derivado não só do título, mas também da "posse pelo uso" - os portugueses se estabeleceram como os donos legais das terras que ocuparam. Na segunda metade do século XVII Portugal tornou-se livre do domínio espanhol; o Nordeste do Brasil foi liberado da ocupação de 24 anos, pelas forças holandesas; e enfraqueceu a economia brasileira, baseada na produção de açúcar. O declínio da produção de açúcar foi acompanhado por um movimento da população das regiões produtoras em direção aos territórios inexplorados.
A Descoberta do Ouro (1690 - 1800)
A mais importante conseqüência dessas expedições foi a descoberta do ouro. A corrida pelo ouro atraiu milhares de pessoas provenientes das plantações do litoral, além de novas levas de imigrações de Portugal. Outras conseqüências incluíram o crescimento da criação de gado no interior, para abastecer de carne e couro os centros de mineração, e o surgimento de novas cidades no que é hoje o Estado de Minas Gerais. Ao todo, aproximadamente 1.000 toneladas de ouro e 3 milhões de quilates de diamantes foram extraídos da região entre 1700 e 1800. A crescente extração de ouro no Brasil constituiu-se um ciclo de desenvolvimento importante, que influenciou o curso dos acontecimentos não só na colônia como na Europa.
Embora o ouro fosse controlado por Portugal e embarcado para Lisboa, ele não permanecia lá. A Inglaterra, de acordo com o Tratado de Methuen de 1703, supria Portugal com produtos têxteis, que eram pagos com o ouro das minas brasileiras. O ouro brasileiro que ia para Londres, ajudou a financiar a Revolução Industrial.
Os produtos ingleses dominaram o mercado brasileiro, acabando com qualquer chance de competição e desencorajando qualquer atividade industrial no Brasil.
Café
O sucesso da mineração de ouro e diamantes, assim como o do plantio da cana-de-açúcar, foi seguido pela ascensão de uma fonte de riqueza ainda mais importante - o café. Assim como a mineração provocou a migração de habitantes de Pernambuco e da Bahia rumo ao sul, para Minas Gerais, o crescimento das plantações de café fez avançar o povoamento de terras desabitadas mais para o sul. O café chegou pela primeira vez ao Brasil através da Guiana Francesa, no século XVIII. A primeiras plantações foram feitas em regiões bem providas de mão-de-obra escrava, no interior do Rio de Janeiro. No entanto, a abolição da escravatura e a imigração européia para o Estado de São Paulo, no final do século XIX, fizeram com que as plantações de café fossem cultivadas mais ao sul, em regiões que ofereciam condições de solo, clima e altitude mais satisfatórias. O ambiente favorável, por sua vez, fez do Brasil o maior produtor de café do mundo.
Outro acontecimento importante da metade do século XVIII foi a transferência da sede do Governo Colonial. Após permanecer por mais de 200 anos em Salvador, a capital foi transferida para o Rio de Janeiro, onde controlava a rota de acesso principal para Minas Gerais, e se localizava mais próximo dos centros populacionais em crescimento nas regiões do sul.

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